No
curso de Artes Visuais em Licenciatura temos a disciplina de Multimídia na
Educação. Essa disciplina nos possibilitou conhecer e refletir sobre o uso das
tecnologias aliadas à educação, além das possibilidades diversas do uso efetivo
da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem. Um dos trabalhos
desenvolvidos durante as aulas de Multimídia na educação foi um texto produzido
por mim e pela Débora Rossi, a partir de um vídeo com a apresentação da
palestra de José Manoel Moran e a leitura do Texto Mídias Sociais:
perspectivas, tendências e reflexões, de AYRES, Marcel; CERQUEIRA, Renata;
DOURADO, Danila; SILVA, Tarcízio (orgs). Fiz algumas modificações e alguns
acréscimos no texto para divulga-lo nesta postagem.
É
possível fazer algumas reflexões sobre como se utilizam as mídias digitais na
educação nos dias de hoje. Uma das questões abordadas é sobre como ocorre a
reorganização do espaço na comunicação entre as pessoas por vídeo conferências,
por exemplo, no ensino à distância, dentre outros processos de comunicação e
ensino com a utilização dos recursos tecnológicos.
Já
existem escolas que oferecem um computador por aluno, e o uso do quadro negro
deixa de ser o principal recurso pedagógico. É possível a reorganização dos
alunos na sala de aula para otimizar o processo de ensino e aprendizagem. Não
somente aulas expositivas são a forma de ensinar nos dias de hoje. Há muitas
possibilidades de levar o conhecimento ao aluno. As tecnologias móveis e as
tecnologias em geral, mudam daquele que informa para aquele que orienta. O
papel do professor é transformado de mero transmissor, para um mediador e
orientador na busca do conhecimento através das ferramentas tecnológicas.
Neste
contexto, é possível ver mudanças na forma como o professor pode proporcionar
aprendizagem. Outras questões devem ser pensadas: Como motivar os alunos? Como
organizar tudo isso para que os processos de aprendizagem sejam significativos
para o aluno? Como proporcionar ambientes ricos de atividades significativas? Como
ajudar o aluno a selecionar o que é importante para a aquisição de
conhecimento, em um espaço virtual de quantidades infinitas de informações. Para
isso é necessário um conjunto de ações dentro e fora da sala, uma reorganização
curricular e das diretrizes e intensão do professor em proporcionar um ensino
que alie o contato humano e as tecnologias.
Moran
propõe as diretrizes da escola humanista: mais orientação na pesquisa, sínteses,
currículos flexíveis com momentos presenciais integrados com ambientes digitais.
Outra questão é ficar atento à individualidade do aluno. Nem todos precisam andar
no mesmo ritmo, pois cada aluno tem um ritmo diferente de aprendizagem. O respeito
às diferenças é fundamental.
Deve-se
proporcionar atividades opcionais com desafios que agucem a curiosidade do
aluno que permitam a integração entre o radar e foco. Equilibrar e integrar a
atividade individual e coletiva.
Há
vários tipos de comunicação. São recursos que podem nos ajudar a motivar os alunos.
Começar por ambientes mais formais. Ambientes digitais de aprendizagem: redes
sociais, blogs, textos jornalísticos etc. Mas como organizar a pesquisa? É
outra questão. Trabalhar com mapas conceituais, blogs, powerpoint, escrita
colaborativa, como wikipedia, podem ser atividades interessantes para serem
feitas com os alunos.
O
site " EscolaBR" sobre inclusão digital nas escolas públicas pode ser
um bom exemplo de como utilizar os vários recursos que a tecnologia pode
proporcionar para uma educação inclusiva de qualidade.
No
entanto, a tecnologia não deve substituir o valor humano nas relações entre os sujeitos.
Deve ser um apoio, um complemento, uma ferramenta. O texto Mídias sociais levanta
questões interessantes. De que maneira a informação e interação com o professor
nessas mídias ajudam na aprendizagem? O professor deve planejar com cuidado o
que vai trabalhar na sala de aula. Que recursos vai usar. Ele deve pesquisar e
deve estar seguro quando chegar na sala de aula para poder orientar seus
alunos. O professor pode aprender muito com o aluno também nesse processo. O
professor deve tomar muito cuidado para não misturar com o lado pessoal do aluno
no contato pelo Twitter, por exemplo, como se fala no texto. Os alunos
(crianças e adolescentes) são muito mais rápidos para entender como funciona a
tecnologia e o professor precisa tentar acompanhar seus alunos nesse processo.
O grande problema é não conseguir estabelecer uma linha entre o pessoal e o
formal. O professor tem que estar pesquisando, conversando com seus alunos,
verificando o que eles andam acessando e usar dessas informações para elaborar
uma boa aula.
Quando
o professor posta coisas sobre o conteúdo aplicado por ele no face/twitter é
uma maneira de instigar o aluno. Pode-se considerar uma mensagem sutil quando o
professor expõe um conteúdo pelo face, pois permite que o aluno tenha contato
com este conteúdo através dos espaços virtuais frequentados pelos alunos. De
fato, nem todos vão abrir, mas o conteúdo vai estar disponível para todos. Cabe
ao professor promover a conscientização quanto a suas possibilidades em termos
de aprendizagem. Daí entra a formação do professor e o comprometimento dele com
a educação.
O
professor deve saber orientar o aluno quanto ao que ele pode ter de possibilidades
de aprendizagem pela web, e não apenas aproveitar para tirar dúvidas com o
professor. O papel do professor mudou muito na era tecnológica, mas o professor
em si, não se deu conta disso. O professor não precisa necessariamente divulgar
o conteúdo, mas levar o aluno a pesquisar.
O
papel do professor mudou e o do aluno também. O aluno não apenas fica esperando
o conteúdo, mas corre atrás. Tem que buscar, pesquisar, ler. Nesse sentido o professor
virou um mediador e orientador e o aluno tornou-se mais autônomo no processo de
aprendizagem.
O
problema é a pesquisa mal orientada no ensino fundamental e médio. Somente na
faculdade é que pedem produções para os alunos. No ensino fundamental e médio deveriam
orientar sobre tipos de textos em todas as disciplinas, não somente na
disciplina de Língua Portuguesa. Como produzir um artigo, noções de normas da
ABNT, para não chegar na faculdade sem noção de como escrever e estruturar
textos científicos.
A
realização de uma proposta de trabalho usando a tecnologia deve amadurecer o aluno
durante o ensino fundamental e médio, para quando chegar a faculdade ele tenha consciência
da importância da busca e da produção.
Após
a leitura de muitos textos relacionados com as mídias sociais, visita ao Museu
da Imagem e do Som (MIS), visita a uma escola municipal para conhecer a sala de
informática e alguns trabalhos desenvolvidos pelo professor de arte, diversos
vídeos sobre o uso das tecnologias na educação, a construção de um blog (este
eu já tinha, mas revitalizei), pesquisas na internet sobre as variadas
ferramentas de pesquisa disponíveis como Google Earth, Google Docs, Youtube,
Blogs etc., cada acadêmico da turma de Multimídia na Educação teve a “missão” de
produzir um vídeo. A produção desse vídeo, partiu da ideia de usar um artista e
sua(s) obra(s) como tema para o vídeo. Cada aluno escolheu seu tema e seu
artista e criou um roteiro para a produção do vídeo. Além disso, ficou
responsável por providenciar toda a indumentária que caracterizaria o artista
ou obra escolhida. Um colega da turma, ficou responsável pela filmagem,
enquanto a professora Rozana Valentim dirigiu cada aluno ou alunos, no caso de
trabalhos em duplas. A edição do filme ficou sob a responsabilidade de cada
acadêmico, com a especial ajuda do colega Bruno Muniz, o mesmo que filmou cada
roteiro. No meu caso, meu marido Affonso Freitas, também deu sua imensa
contribuição orientando-me sobre a parte técnica de edição de vídeo. A ideia de
edição junto ao roteiro foi minha. A maior parte das falas foram improvisadas.
O
resultado pode ser visto no vídeo abaixo.
Foi um trabalho difícil, porém, prazeroso e desafiador. Um trabalho que nos permite acreditar que é possível aliar as tecnologias a uma educação mais dinâmica e atraente aos alunos. Agradeço imensamente à professora Rozana por proporcionar atividades que nos levaram à superar alguns medos em relação ao uso das tecnologias, à dividir conosco o seu conhecimento, à nos instigar enquanto alunos e futuros professores e a nos conquistar com o seu carisma, simpatia, generosidade, educação, simplicidade, dignidade, ética, paciência, sabedoria e competência. Ao concluirmos esta disciplina ela vai nos deixar seu conhecimento e muita saudade.
Turma de Multimídia na Educação 2014-UFMS Professora Rozana Valentim de calça verde à direita |